Saudade

"O que os olhos não veem o coração não sente"
Não mente. Não cala, nem consente.
Não há mal nem bem. Não há mau nem "vem".
E a saudade aperta só até quando o foco muda.

E muda. E volta em um circo, em uma roda.
Elástico solto. Imóvel?
E dói! Depois passa!
E não se vê o que os olhos não veem.
É bem verdade, o coração não sente.
Quem se ilude é a mente que se engana; inocente.
Transcende.

Risca, apaga, despreza e ama.
E esquece. Esquece de esquecer.
O foco outra vez muda no escuro da sala vazia
e volta como se nunca tivesse partido.
Mas sente. Sente muito.
Rima pobre. Sentimento raro, rico.
Saudade!

Em: 27/02/2012
Por: Andressa Martins S.M.B

Desde sempre


          Um amor antigo será pra sempre um amor. Se for amor de verdade, claro. Se tiver sido paixão, com certeza já passou, num piscar de olhos, numa troca de estações. Ver alguém que mexe com o psicológico e com o físico nunca vai se tornar uma tarefa fácil, por mais que o sorriso sempre seja posto em nosso rosto na tentativa de fingir tranquilidade quando se está do lado da pessoa há tanto tempo amada. De verdade, vê-lo e não tocá-lo como a uma flauta não foi nada fácil. Vê-lo e não sentir tão de perto o seu cheiro de roupa limpa é como ser criança e não poder alcançar todos os sonhos. O sonho de ter uma cápsula capaz de voltar no tempo, e fazer tudo tão diferente. O tempo mudou as circunstancias, mas como foi dito anteriormente: “Um amor antigo será sempre um amor.”

Por: Andressa Martins S.M.B
Em: 22/10/2012

Porra, que merda eu fiz?



Não adianta comprar roupas novas, sapatos novos e aumentar o limite do cartão. Não adianta comprar perfume importado, vinhos caros, e o whisky 21 anos que tanto gosto. Não adianta assistir o jogo do meu time e ele ganhar, não adianta! Não adianta entrar no quarto e não ser recebido por ninguém, nem um beijo de boa noite nem um “porque você chegou a essa hora?”. Não importava a cerveja com os amigos ou os momentos tristes, alguém estava lá; aliás, estava aqui e não percebi. E esse alguém a toda hora tenta me convencer de que não há mais nada que se possa fazer. Mas não adianta ir de bar em bar, me focar na academia, inventar uma luta de artes marciais, fazer caminhada, dirigir velozmente. Não vale a pena, nada vale a pena. Talvez eu nunca mais a veja descalça sentada no chão da minha sala enfiando os cadarços dos meus tênis. Talvez eu nunca mais possa vê-la com minha camisa velha, porém linda, com o cabelo preso e tomando sorvete de coco comigo às 02:00h. Quem sabe ela nunca volte pra fazer brigadeiro e afagar meu cachorro... O fato é que fui eu que me precipitei, eu que falei mais do que devia, eu que não quis escutar. Mas não adianta, agora não mais adianta, se no final da noite, me deito na minha rede e sinto o seu perfume, porém falta-me a presença. Porra, que merda eu fiz?

Por: Andressa Martins S.M.B.
Em: 11/05/2012
Nos fizeram acreditar de uma maneira ou de outra que tudo que tem de ser tem muita força. E não nos movemos, não mexemos nenhum passo sequer. Deixamos tudo acontecer, tão rápido, que quando parou, foi de vez! E não nos encontrávamos mais, nem ao menos enchíamos nossos olhos de lágrimas quando um reclamava com o outro. Mas eu ainda insistia, como se não quisesse entender que você já não queria me ter no bolso, no chaveiro da chave do carro ... Porra, e quanto às promessas de bons dias? Ah, eu já não quero nem pensar! E dói mais uma vez. Outra vez você me abandona sem ao menos se despedir. Que saco isso!


Por: Andressa Martins S.M.B
Em: 12/05/2012

You can’t always get what you want


Aprendi a pedir desculpas, mesmo que algumas pessoas não entendam o real motivo do arrependimento, mesmo que muitas vezes eu não me sinta capaz de desculpar. Aprendi que posso não querer segurar na mão de alguém por medo que ela me solte, mas sei existem pessoas que nunca vão me soltar, farão de tudo pra não me deixar cair. Aprendi que os choros as vezes compensam, se estes trouxerem sorrisos depois. Na vida “Tudo que é pra ser tem muita força” e Deus sabe o que faz, mesmo que eu esqueça isso de vez enquando e queira “nadar contra a corrente, desafinar o coro dos contentes”. Ah, só esqueci de aprender a não me precipitar, mesmo que eu tenha treinado mais a paciência nos últimos anos. Aprendi que tudo é relativo, que o universo conspira ao nosso favor, mas que a gravidade insiste em tentar nos colocar pra baixo. E veio como um flash, a música do Rolling Stones (You can’t always get what you want) sussurrando em meu ouvido “You can't always get what you want. But if you try sometimes, yeah. You just might find you get what you need!” Aí aprendi levantar, a sorrir, mesmo com os olhinhos inchados de chorar.
Por Andressa Martins SMB
Em: 09/05/2012

Gelateria.


E com você aprendi a ridícula mania de sempre pedir sorvete de coco com cobertura de morango. Aonde quer que eu vá. Eu sei, sei bem que você já não aparece, mas continuo pedindo dois. É a esperança, meu caro. Ela é a última que se vai. Bem depois que você ...
Andressa Martins SMB
08/05/2012

Renovatio


Já passa de meia-noite. Outras páginas a serem escritas, com canetas coloridas diferentes; desta vez, brilhosas. De fato, não ofuscarei ninguém, mas também não será objetivo brilhar por alguém e para alguém. Quero apenas colorir meus olhos, meus lábios, meu caminho e meu coração. Como quem ama sem ter um por quê, como quem sorri depois de tantas lágrimas derramadas. É preciso NÃO se entender. Se entender é muito chato e a vida lá fora é sempre tão cruel. Renato já dizia: "É preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã, se você parar pra pensar, na verdade não há." O grão de areia agora quer ser colorido, mas principalmente azul. Meu amigo um dia me disse, depois de tanto choro: "O amor é o que existe de mais lindo e mais verdadeiro, e você deve sempre amar. É o que mais acredito. O amor é minha força!" É nossa força, meu amigo. Nossa! A partir do momento que me disse isso, as forças surgiram. Muito obrigada por ter me emprestado seus óculos para que eu pudesse enxergar o mundo da maneira mais linda que pode existir. Muita luz e muito amor para nós. Novo dia, mesma vida, outra história. 


ps: a cor azul é a que simboliza o amor e não o vermelho, como todos pensam.


Escrito por: Andressa Martins SMB
Homenagem à: Josino Pinheiro Neto 
Em: 06/05/2012


Eles



Ela sentia um grande aperto onde chamam de coração. Uma vontade enorme de chorar, mesmo com os bolsos cheios de jujuba. Ela achava que ainda faltava alguma coisa. Ficou com medo de faltar o amor. Ela só queria abraçá-lo naquela noite, mesmo que com todo aquele medo. Alem do receio da falta, ela tinha medo do abandono. Talvez aquele fosse o último abraço, já que ela nunca saberia quando ele realmente se fosse. Ele não costumava dizer adeus e isso a afligia. Roía as unhas das mãos como se isso o fizesse aparecer por aquela porta. E assim foram as horas daquela noite horrível. Ela queria apenas um abraço e ele se sentia pressionado. Ela queria com ele tomar um sorvete de coco. Ele nem disse que não nem que sim. Talvez ele realmente suma e ela, talvez vista novamente sua armadura.
Por: Andressa Martins S.M.B.
Em: 04/04/2012

Se cuida? Deixa que eu cuido!



Como é bom ouvir tua voz mesmo assim tão rouca. Te dar um abraço apertado e desejar que você melhore. Encostar tua cabeça no meu ombro e esquecer que as horas passam depressa demais quando preciso ir cedo pra casa e ainda queria ficar. Cuidar de você. Mesmo que você não saiba o tanto, o fato é que muito, te amo. 


Andressa Martins S.M.B.
em: 23/04/2012


Sempre fico mal quando você demora, e penso que talvez você não venha. É um medo que tenho desde a última vez que me deixou, aquele aperto no peito e um frio no estômago. Sinto um vazio, como se fosse me faltar as pernas, o ar ... Uma sensação estranha, parecida com aquela que eu sentia toda vez que eu te via casualmente depois do seu abandono, mas hoje o meu sentimento por você mudou. Hoje é mais sólido, é mais tranqüilo. Já não fico sem fôlego nem dormente o dia inteiro, não fico me tremendo, nem tenho mais insônia. Mas eu sinto uma paz danada com teu abraço, seja lá por que for, mas sinto calmaria com teu sorriso. Tenho esperado isso há tanto tempo e agora você ressurge das cinzas (que nunca existiram, nunca apaguei você de mim) e me diz que é meu. Ah, paciência, assim eu acredito; e quando eu acredito, pode vir mil pessoas me dizendo o contrário, que eu não desacredito na sua palavra. E é bem verdade que eu tenho uma admiração imensa por você. Desde sempre. Já não sei o que escrever, você me telefonou dizendo que vem me ver. E o sorriso no meu rosto aparece, como se eu nunca tivesse sentido medo. Medo de te perder.
Por: Andressa Martins S.M.B.
Escrito em: 20/04/2012 
(Pensei que tivesse perdido o texto, por isso a demora em postar)