Dezoito ponto dois
O que fazer quando não sabemos o que fazer? Os últimos dias foram tão estranhos, a ficha ainda não caiu; não mais do que a minha internet quando eu tentava falar com ele. Porque ele voltou? Porque só agora, depois de tanto tempo? E porque eu? Se não fosse, também me perguntaria “porque não eu?”. Por muito senti um frio na barriga quando o via, na faculdade, no carnaval, em qualquer que fosse o lugar. Como se eu sentisse um peso enorme em mim por ele ter ido embora, como se ele fosse aquele pedaço importante em mim, mesmo que comigo pouco tempo ele tivesse ficado. De fato, eu o queria comigo. E desisti. Ou fingi pra mim mesma que desisti? E assim, sem aviso prévio ele volta. E me diz que ta com saudades, e vem na minha casa, e dá um abraço que só ele sabe. Aquele abraço que me tranqüiliza. E me fala as mesmas coisas, diz que vai me colocar no chaveiro da chave do carro e me levar pra todos os lugares com ele. Se eu tivesse tanta coragem como significa meu nome, eu o diria: “Não me diz isso se não for verdade. Não faz como da vez passada, não me guarda no bolso e tira só quando sentir saudades. Não some, dá notícias, me liga, deixa mensagem no meu celular. Fala-me somente o que realmente sentir”. E a coragem? Quem sabe um dia eu a encontre, e o diga. Numa dessas nossas conversas, no meio de nossas implicâncias, entretidas no meio de um “sai, sua chata!”. O fato é que eu sinto medo, muito mais medo do que coragem nesse exato momento. Porque sofrer é muito mais cômodo, poder ter do que reclamar e ter sempre que estar à procura de alguém ta muito mais na moda do que se apaixonar, do que encontrar. Encontrar dá medo, medo de se acomodar, medo de não ser recíproco, de não dar certo, de se distanciarem... E o medo é o que estraga a maioria das relações. Junto com a danada da expectativa, o medo é cruel com os relacionamentos. E eu tô em pânico, desesperada mesmo, porque além do medo, eu to cheia de expectativas, cheia de esperanças. E agora, o que faço quando não sei o que devo fazer? Meu Deus, só tenho uma coisa para pedir: “que não se estrague, que dure, que seja!”
em: 14/04/2012
por: Andressa Martins S.M.B.
P.S.: e como hoje é centenário de Robert Doisneau, as fotos postadas são dele, como homenagem.
Abraçoz com Z mesmo, que é pra ver se esse abraço possa realmente ser intenso e demorado. E verdadeiro, por favor!