"Cantavas? Pois dance agora!"
Sábado tirei uma das maiores conclusões que poderia tirar em toda minha existência: “As pessoas nunca se conformam em perder!”. Isso eu já sabia, mas depois de ver cabelos lisos jogados em minha direção e piadas direcionadas a minha pessoa, só deixou mais claro o que o ser humano é capaz de fazer pra obter o que quer, principalmente a bendita da mulher. Mesmo quando se desdenhou daquilo que já tinha, e que agora não é mais seu, a mulher faz de tudo pra chamar atenção, de tudo pra ser notada, de tudo pra ser bem quista; mas não é. Sabe quando você vai suportando tantas coisas calada, sem dizer nada, sem expor sentimento algum? O maior problema é que quando a gente explode, a gente não faz barulho de traque, a gente faz barulho de foguete de 12 tiros. E sábado eu estava assim: explosiva, bombardeando tudo aquilo que me fez fumaçar esse tempo todo. Assim, fui tentar por pra fora aquele sentimento ruim, amargo e doce. Tirei o salto, amarrei os cabelos de um jeito bagunçado e fui dançar e sorrir, junto com minhas melhores. Depois das piadinhas depreciativas a mim, fiz uma releitura da fábula ‘A cigarra e a formiga’. Uma releitura assim crítica, sarcástica e insultante. Percebi que enquanto a cigarra reclama da vida, fala da vida alheia e se importa com o que os outros fazem ou deixam de fazer; a formiga trabalha, pega no pesado, vive sua vida como se a cigarra não fizesse parte dos contos. A formiga trabalha, sem cantar, mas sorrindo sempre, destilando simpatia e alegria por onde quer que passe. E a cigarra? A cigarra só perceberá o tempo que perdeu, quando olhar adiante e observar que a formiga está bem à frente, bem feliz. A cigarra pede ajuda à formiga, e a formiga, por lembrar do desmazelo da tal cigarra, deixa a cigarra pra trás. Assim, de mãos dadas com seu bem estar emocional, a formiga abandona a pobre cigarra, e de muito longe lhe acena com as pequeníssimas patas e lhe dá tchau, mandando beijos.
Moral da história : enquanto uns param pra reparar a vida de outrem, aquele que é reparado passa na frente, grita olé e deixa saudades.
Texto oferecido pras muitas pessoas que se comportam como cigarras na minha vida, e que também saibam que é preferível ser visto como formiga do que como cobra!
AbraSSos com 2 S pras minhas cigarrinhas lindas que me detestam ...
Abraços e beijos apertados aos leitores do blog, em especial aos meus amigos, por serem meu porto seguro, meu guia.
Agora, pra quem não lembra da fabulosa fábula da cigarra e da formiga, eu fiz questão de colocar aqui pra relembrar-vos.
Tendo a cigarra em cantigas no inverno
Passado todo o verão
Achou-se em penúria extrema
Na tormentosa estação.
Não lhe restando migalha
Que trincasse, a tagarela
Foi valer-se da formiga,
Que morava perto dela.
Rogou-lhe que lhe emprestasse,
Pois tinha riqueza e brilho,
Algum grão com que manter-se
Até voltar o aceso estio.
- "Amiga", diz a cigarra,
- "Prometo, à fé d'animal,
Pagar-vos antes d'agosto
Os juros e o principal."
A formiga nunca empresta,
Nunca dá, por isso junta.
- "No verão em que lidavas?"
À pedinte ela pergunta.
Responde a outra: - "Eu cantava
Noite e dia, a toda a hora."
- "Oh! bravo!", torna a formiga.
- "Cantavas? Pois dançe agora!"
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