Caro leitor, seja você quem for, vim aqui pra desabafar. O que há anos tenho nó preso na garganta, apertado, nunca afrouxa. Vim pra dizer o quanto é ridículo julgar as pessoas sem conhecer, sem conviver. Preconceito é terrível, pensar algo de alguém que você só conhece de vista é irremediável. E hoje estou aqui, desabafando, porque se não acontecesse comigo, eu sequer comentaria no blog. Dessa vez, amigo leitor, eu sou o assunto. Sempre sou o assunto dos outros, hoje vou ser meu assunto. E hoje foi a gota d’água pra dizer tudo que por muito muito muito tempo tava entalado em minha personalidade forte. Hoje depois de tanto borrar meu rímel de chorar, decidi não mais guardar aquilo que me machuca. Você sabe o que é sentar numa mesa e nas outras as pessoas comentarem da vida que eles acreditam que você tem? Poucos sabem, mas eu cansei de fechar meus olhos. Eu bem que queria ter a vida badalada que os parentes do meu pai acham que tenho, eu bem que queria ter ao menos metade dos namorados que eles pensam que namoro, queria ter ido a 1/3 das festas que eles juram de pé juntos que fui. Ah, meu Deus, isso comigo deve ser só pra me chatear e me forçar a escrever um textozinho ridículo, sentimental, desabafando. Tá, mas se querem saber, me sinto orgulhosa de mim mesma, sabem ... Fico orgulhosa de ver sinceridade, de saber que nenhum sorriso que dou é falso, que nenhum olhar meu é pra agradar ninguém, que eu não me escondo por trás de vestidos longos ou maquiagens leves. Sinto-me orgulhosa se falar com quantas pessoas eu quero, de ser verdadeira, de expressar meus sentimentos, de ter amigos homens, gays, mulheres, criança. Fico feliz em me mostrar simples, em não ter frescura pra me vestir mesmo tendo uma preocupação com aparência. Fico alegre em sentir, expressar, dizer, escrever. Sinto-me orgulhosa em ser diferente do clichê, de não querer imitar ninguém, de não forjar gostos e jeito de ser pra conquistar pessoas. Ou gostam de mim e pronto, ou não gostam; pouco me importo. Gosto mesmo é de sinceridade, pra mim isso sim é essencial. E detesto quem se esconde por ter medo de mostrar quem é, detesto mais ainda quem acredita na santidade forjada, e odeio (ah, odeio mesmo) quem julga as pessoas sem conhecer o que há por dentro, o caráter, os pensamentos. Mas caro leitor, eu estou falando com você, isso não é um texto sensacionalista, é só um desabafo pessoal. E continuo insistindo no orgulho que tenho, no orgulho de ser o que muitos queriam tanto ser, queriam tanto conseguir e só não conseguem por não ter audácia de tentar, coragem de se mostrar como é de verdade. Não sou boneca de pano, manuseável. Nem mesmo fantoche, que segue os rumos que alguém impõe. Não sou um robô com frases programadas. Eu sou gente, que sorri, que chora, que tem amigos (muitos, por sinal) e o principal : prezo por sinceridade. Por fim, depois de tantas linhas e choros, digo novamente que me orgulho. Me orgulho da autenticidade. Que muitos buscam e que eu tenho. Procurem outro heroi.

Meus primos, esse texto é pra vocês, pros pais de vocês. É a demonstração da minha indignação e cansaço diante de tudo isso. Caso queiram, mostrem esse desabafo a seus pais e tentem quebrar o que eles pensam sobre mim, e se anime também, mostre quem você é de verdade. Seja pros seus pais a mesma pessoa que você é pros seus amigos, na escola, nos bares.

Beijos e felicidades, não somente porque sou educada, mas porque é o que desejo. ;**

Por: Andressa Martins S.M.B.