Me apaixonei quando fui me despedir. Ir embora. Partir. Alguns olhares e desolhares. Vergonha. Vermelha. Ah, que raiva. Raiva dessa minha enorme facilidade de me apaixonar tão facilmente, tão rápido, tão sem sentido. Nuvem. E o pior, desapaixono mais rápido ainda, sem ter razão. Mas o fato é que me apaixonei, desde ontem, mais ainda hoje, quando fui me despedir. E ele sequer olhou pra mim; até olhou, mas com pouco interesse. Ele olhou pros cabelos amarelos do meu lado. E já estou com vontade de tingir meu cabelo, como se a culpa fosse se estender a cor de meu cabelo. Mas não, talvez eu não fosse tão interessante assim, mas que eu me apaixonei, isso é uma verdade. Sabe uma paixão platônica? É, essas são das boas. Pegam a gente sem se sentir, depois nos deixam sem respirar. Droga, onde eu tava com minha cabeça? Meu coração não se apaixona fácil assim, mas minha cabeça é teimosa, sempre quer ter alguém pra pensar, sonhar...Mas aí já é demais, na hora da despedida, da partida, de sumir? Ah não, onde meu juízo foi se enfiar? Se bem que não mais o conheço, nem recordo de quando o tive. Mas meu Deus, porque logo hoje que eu tinha que dormir? Papai do céu, eu sei, eu já sei...hoje não mais durmo, vou pensar na vida que poderia ter sido e não foi, depois cochilarei com os fones de ouvido,a mesma banda, a mesma música, a mesma parte: “Jackie uma menina tão bonita que enjoa.Enjôo de vertigem. viagem de avião.”


por: Andressa Martins S.M.B.
em: (um dia qualquer do fim de semana)


p.s: Texto completamente surreal,nada condiz com minha realidade atual, é só um texto sobre a fragilidade dos laços humanos. Qualquer semelhança com história de vocês, leitores, é mera coincidência. Eu escrevo, vocês se identificam ou não.
AbraSSo!

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