Disfarce
Não posso dizer que te amo, até porque não tenho motivo algum para tal. O meu ideal de vida está meio que bagunçado, desnorteado, sem direção, sem ideologia. Não posso dizer que te amo, porque só amamos aquilo que vemos e conhecemos; mal o vejo e ainda não sei realmente quem és. Uma coisa eu sei, você está vivo, muito bem vivo. Não se esvaiu mesmo depois de tantas vezes eu te expulsar de mim. Talvez seja porque eu sempre deixo a porta encostada, mas sem tranca. Ou seja porque nunca me dá aquilo que necessito receber; tanto atenção como respostas para minhas perguntas e minhas indiretas. Talvez fosse melhor assim, eu nunca me envolvesse e decidisse de vez dar-te as costas e jogar-te os cabelos. Não posso dizer que te amo, até porque para ti pouco vale. Nem mesmo dormir sossegada relembrando os tão raros momentos de sua gentileza. Só tenho a te agradecer, por tudo feito para mim. Por todas as vezes que me disse um “não”, que não atendeu ao telefone, que ligou quando eu pensei em esquecer, que me procurou quando eu já tinha fechado a porta. Mas não posso dizer que te odeio, porque nem que eu o quisesse, não o sentiria.

Por: Andressa Martins S.M.B

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