Vitória de Pirro
Eu tentei. Um dia resolvi mudar, resolvi jogar mais pesado, ir direto ao ponto, sem rodeios, por impulso. E tentei novamente. E nada. Um passo pra frente e três, quatro passos pra trás. Sequer sei o motivo, mas fui em frente mesmo assim. De cara na parede, de joelhos no chão, caída, chorosa. Levantei. Mais ou menos umas três, quatro, ou até vinte vezes. E sorri, fingi que “tudo bem”. E sem uma última queda, resolvi desistir. Se é o certo, não sei. Não é o que eu queria (de fato), mas é o que foi preciso fazer, o que pode ser feito. Tentar viver sem ânsia, sem frio na barriga e desnorteada. Considero derrota, perda, fracasso. E me disseram que não, que deveria me sentir vitoriosa; por conquistar ¼ do que eu queria. Se é vitória, não a considero. Escrevo esse pequeno texto para confrontar com todos os outros; meigos, apaixonantes, bestificados e otimistas. Escrevi somente para notificar minha derrota, sem ressentimento, mas assumindo que fracassei. Mas se quiseres chamar de vitória, que chame de Vitória de Pirro, onde o ganho pós-vitória não compensou os gastos feitos no período de todas as tentativas.
*Vitória pírrica ou vitória de Pirro é uma expressão utilizada para expressar uma vitória obtida a alto preço, potencialmente acarretadora de prejuízos irreparáveis

Por: Andressa Martins S.M.B

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